a Sobre o tempo que passa: Amores de Verão... Hoje no DN

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

27.7.09

Amores de Verão... Hoje no DN

Os internautas de todos os dias sabem que o hábito não faz o monge. Daí não estranharem que partidos institucionais sejam esporádicos vizinhos desta nossa aldeia do teclado. Foi assim quando o “pulo do lobo” enfrentou o “supermário”. Continua a sê-lo, agora, com o “simplex”, do PS, contra o “jamais”, dos maneleiros. Basta recordar-nos o falhanço dos “blogues da Assembleia”, ou visitar o actual espaço do “Twitica”, onde, dos 230 deputados, apenas 49 usam o meio. Por exemplo, ainda nenhum deles manifestou solidariedade com um jovem doutorando do Minho que, fazendo extensão da liberdade académica nesse espaço, ficou dependente do habitual Pilatos situacionista.

Os recentes blogues de campanha, que se assumem inequivocamente como simples peças de uma máquina eleitoral dos principais partidos, não passam de efémeros amores de Verão e desaparecerão com o cair da folha. Mas são, pelo menos, mais conseguidos do que as patranhas blogueiras dos que até faziam plágio da “Wikipedia”, quando alguns políticos pensavam que o trabalho de todos os dias podia ser mera encomenda “marketeira”. Pelo menos, vão envergonhar algumas presenças internáuticas de políticos desempregados, incluindo alguns que fingiram voltar ao activo. Também neste espaço, a mensagem é mais importante do que o “medium” e os navegadores solitários resistirão, sobretudo se compreenderem que, nesta resistência da cidadania, não basta emitir, é mais importante dar e receber, interactivamente.